sábado, 11 de dezembro de 2010

O Pescador fala pra dentro

Fala em silêncio, fala com ele próprio. Isto eu percebi em Garopaba. No tempo que passei por lá. Quando morei naquela vila abençoada pelo universo. Foi como reviver outra vida. Passava o tempo meditando e refazendo os pensamentos. Refiz todos os meus valores de vida do meio da classe média da região sul.
Eu nascida na favela, voltei a viver com a Maura. Dormindo no chão, em baixo da mesa da cozinha em dia de chuva. Estranho mas muito bonito.
Passava as tardes de chuva na janela do barraco olhando o mar azul fantástico. Sonhando... Puxa dói no coração a lembrança daquela paisagem, desfilando, diante do olhar infinito...
O Índio passando calmamente... várias vezes por dia.
O Pai dela o Mestre Severo, Majestoso, misterioso no cair da tarde, figura Ímpar.Ficava imóvel até o Sol se Por olhando o mar. O que se passava naquela cabeça?
Mistério indecifrado, se foi com ele. Falava pouco. Afável. Doído. 
O Dico passava firme. Este ia para o lado dos brancos. O único. Por quê? Resposta
Até hoje no ar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário